Segunda-feira, 31 de Outubro de 2005

Sonho?! (Reposição para o dia de hoje)

fantasmas.jpg gatinho.jpg adormecida.BMP



Estava finalmente de férias,em terra de fantasmas, de assombrações e de mil uma lendas de amor e terror!

Alugara uma pequena casa bem perto de um penhasco, em volta nada!

Pela casa passava uma estrada em mau estado e o uivo do vento era constante, as poucas árvores que ali existiam teimavam em ter folhas mas só o conseguiam por pouco tempo, pois assim que começavam a ficar “bonitas” vinha do mar um vento gelado e arrancava-as todas sem dó nem piedade!

A casa tina uma estória, como todas as casas naquele lugar ermo!

Uma estória de amor, desejo traição e morte e como em qualquer estória do género tinha um fantasma!

A luz eléctrica já lá chegava mas era tão fraca que mais pareciam velas, a água saia gelada e para tomar banho era preciso ligar uma espécie de caldeira que existia na cave.

O homem que me alugara a casa ainda tentou que eu ficasse com outra na cidade, mas eu insistira naquela.

Ele então perguntara se eu me importava de lhe prometer uma coisa?!

ao que respondi que tudo bem.

E ele fez-me prometer que durante a noite ouvisse o que ouvisse, visse o que visse, ou mesmo que me chamassem pelo nome, eu não abriria nem portas nem janelas!

Como concordei com tudo ele deu meia volta e olhando para a casa e para o mar, foi embora mas sempre com algumas hesitações!

Durante o dia passei por ali, o penhasco era realmente a pique para o mar e o vento parecia que nos abraçava e nos queria levar com ele.

Por diversas vezes tive de me agarrar há cerca de madeira de dividia a terra do nada!

E o vento “cantava” nos meus ouvidos, o vento por vezes tem um cantar perigoso chama por nós assim como o mar, quando isto me acontece lembro-me sempre do que deve ter sentido Ulisses com as Sereias!

Em volta da casa tudo era árido e os poucos arbustos estavam desnudos, só dentro do jardim uns pequenos canteiros teimavam em florir mas eram flores agrestes, daquelas que até em pleno deserto se dão, não deixavam de ser bonitas por isso, antes pelo contrario.

Estava a ficar frio, entrei em casa e acendi a lareira.

Logo a casa tomou outro ar uma ar mais humano mais acolhedor, deixei de me sentir só, sem saber o motivo mas eu sentia-me acompanhada!

Fui buscar um vinho tinto uns queijos e uns enchidos e deixei-me ficar em frente ao fogo a ler um livro!

Acordei estremunhada com o ruído do vento e outros barulhos. Olhei o relógio, eram 2 da manhã!

Levantei-me do sofá e fui espreitar, lá fora a chuva caia impiedosa batendo com força nas vidraças, no chão pequenas "levadas" corriam velozmente em direcção ao abismo!

Tive um arrepio e voltei para o sofá.

Nisto ouvi um ruído estranho, um lamento aflito, junto à porta!

Lembrei-me da promessa feita, mas bolas, no meio deste temporal até podia ser alguém em apuros!

Abri a porta e tentei ver através da escuridão, nada, só chuva e breu! Quando a ia a fechar ouvi novamente um ruído estranho, tipo “lboneco de borracha com o coxixo cheio de água”!

Olhei para baixo e vejo uma coisa escura, menor que um palmo, ajoelhei-me e peguei-lhe!

Fiquei com um gato preto que mais parecia um esfregão completamente ensopado, devia ter mais água do que qualquer “nuvem de chuva”... Olhava para mim e abria e fechava a boca, sem som!

Entrei em casa com “a fera” pelo cachaço e quando o pousei no tapete em frente à lareira era ver a água a escorrer pelo abaixo, foi o gato mais infeliz que vi alguma vez na minha vida...

A vontade que dava era espreme-lo torce-lo como se faz a um pano molhado...

Sequei-o com uma toalha, ele deixou e foi fazendo um ron-ron cada vez mais alto. No final dei-lhe queijo( gato adora queijo) e chouriço depois deixei-o dormir em frente à lareira.

Cansada, puxei umas mantas para o chão e fiz a minha cama mesmo ali, junto ao fogo, adormeci!

As mãos suaves afastavam as minhas pernas, uma língua hábil penetrava-me com carinho!

Senti o meu peito ser mexido, sugado, como nunca o fora, com ternura mas com decisão, só havia sentido isto quando dera de mamar, é uma sensação única!

A mão tocava na borda da minha anca como se soubesse bem o que fazia, passava pelas minhas pernas descendo até ao meu pé!

Penetrou-me sem eu sentir peso, deu-me prazer várias vezes!

Segurou-me pela cintura e levantou-a e novamente a língua brincou, penetrou, fez-me vir e “sugou” todo o meu ser!

Um frio repentino acordou-me deste sonho maravilhoso, mas quando olho para mim, fico gelada!

Os lençóis estavam todos para trás, as minhas pernas flectidas e abertas tinham marcas invisíveis e eu não as conseguia fechar, o peito estava marcado!

O meu corpo mexia e eu não via quem lhe tocava!

O meu corpo flutuava e era acariciado com mil beijos e mãos de seda fria!

Assustei-me, quis gritar, olhei em roda, só vejo o gato negro, seco, em cima da chaminé da lareira a olhar para mim com ar ternurento e a ronronar!

A língua invisível não parava, delicada mas persistente, e eu abandono-me ao meu amante invisível...

Quando o orgasmo vem mais forte que os outros, fico exausta, nem parece meu. Sou invadida por um sono imenso.

Sinto que me tapam, o gato pula e lambe-me a cara, a chuva parou, eu adormeço!

No dia seguinte acordo e tudo esta na mesma, chamo pelo gato, mas não tenho resposta, enquanto olho a roda batem na porta, é o senhor que me levara até a casa para saber como correra tudo.

Digo que tudo bem mas que a chuva e o vendaval foram muito fortes. Enquanto falo vou olhado há roda a ver se vejo onde raio se meteu o gato, mas nem vislumbre!

- Chuva e vento, menina? Desculpe, mas deve estar enganada a noite até esteve bem calma.

- Só se foi na cidade, aqui parecia o “diabo” á solta! Mas diga-me uma coisa o que realmente aconteceu nesta casa, por que motivo vocês dizem que tem fantasmas?!

Ele lá contou uma estória velha que uma mulher foi morta pelo marido pois ele achava que ela deixara entrar o amante durante a noite, enquanto ele estava no mar. A mulher contou uma estória tola, os vizinhos ainda o convenceram que ela estava a ficar maluca de viver naquela solidão, mas passados uns tempos, ele volta do mar e ela tinha o corpo marcado, ele perdeu a cabeça e atirou-a dos penhascos!

Coisas antigas, os homens faziam a lei, menina!

- Mas que coisa lhe contou ela que a ele, lhe foi tão complicado acreditar?!

- Imagine que a “tonta” o tentou convencer, por mais de um vez que a única coisa que tinha feito fora em noites de tempestade, tirar da rua um pequenino gato preto que de tão encharcado quase se espremia... E que o resto era obra de um fantasma!

- Gatinho encharcado?!

- Pois, imagine só, é o mesmo que a menina dizer-me que choveu torrencialmente por aqui, a outra dizia o mesmo, veja lá o que diz... Espero que não tenha gato na sua estória...
Ainda bem que não é casada, hehehehe.

- Venha, vou mostrar-lhe a cidade, pode ser que mude de ideias e queira alugar uma casa por lá!

- Vamos então ver essa cidade, mas desde já lhe digo, de ideias não mudo!

- Quem sabe se não me aparece um gatinho preto....

- Credo Cruz menina, nem diga isso, com fantasmas não se brinca!





Cicuta

publicado por Cicuta às 15:05
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5 comentários:
De Manefta a 3 de Novembro de 2005 às 20:36
Gostei imenso. Está mesmo gira a história. Ainda estou ao sabor da imaginação. Um grande beijo.
Quero dizer-te tb que o segundo capitulo já lá está, gostava mto que lesses. Um beijinho


De Manefta a 2 de Novembro de 2005 às 22:42
lololl bruxedo sim, é claro ehehehe ,volto depois para ler, q tenho q sair, deve estar um máximo . um beijo


De Vampiria a 2 de Novembro de 2005 às 20:05
Ahh...que saudades que eu tinha de te visitar. É tão bom ver que passado algum tempo a qualidade permanece por aqui...um beijo enorme* *


De carlos a 1 de Novembro de 2005 às 17:21
Asseguro-te que o comentário anterior foi "postado" por um homónimo e apenas isso e até por isso tenho evitado comentar...mais uma vez gostei muito do teu conto e gato tem dessas coisas...beijo


De Carlos a 31 de Outubro de 2005 às 21:38
ME LEVA

Me leva...por caminhos de amor e prazer
Se inflame na chama do meu corpo
Me sufoca
Me enrosca
De forma natural
se entregue
Me pega
Me laça
Me abraça
Vem me induzir aos seus anseios
e aos meus desejos tão loucos
que aos poucos vão nos consumindo
de tanto amor e prazer
Eu quero seu amor a qualquer preço
Quero que você me tenha por inteiro
Quero seus beijos ardentes
tão doces... tão quentes...
e me embriagar no perfume do seu corpo
para que possamos viajar
nesse amor tão bonito.



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