Foto: Howard Schatz
Quando fechei a porta o meu cheiro ficou nos teus lençóis.
Saio encoberta pela noite, mas o amanhecer não tarda.
Da nossa noite trago o teu cheiro, as marcas da tua boca no meu corpo.
Nas pernas começam a doer-me os sítios onde fincaste os deus dedos, nas alturas de maior loucura.
Percorro o caminho a pé até minha casa, é longe mas preciso de andar, de deixar o ar da cidade tirar o cheiro a tabaco da minha roupa, pois o teu cheiro esse, está colado na minha pele.
Enquanto ando vou lembrando a nossa noite, quando me agarraste por detrás e me dobraste no balcão da cozinha, como o teu pénis me penetrou.
O vinho que derramámos um no outro e lambemos como dois felinos sedentos de sangue...
As tuas mão no meu corpo todo a forma como me possuíste e gritámos os dois como se o Mundo fosse só nosso.
Depois deitados no chão da sala fumámos um cigarro, bebemos e sem dizer uma palavra entretivemo-mos a explorar o corpo um do outro, milímetro por milímetro...
Beijamo-nos, lambemo-nos, cheiramo-nos, provamo-mos como dois animais e foi ainda sem falar que subi para cima de ti.
Montei-te como se monta um garanhão de classe, um puro sangue.
Estiquei as pernas ao longo do teu corpo e ajeitei-me de modo a que ele entrasse todo. Com um abanar de ancas lento fui forçado a penetração e a fricção do meu clítoris.
Tu entraste na dança e com o dedo estimulaste-me e foi num vai e vem cada vez mais enlouquecido e frenético que começamos novamente a chegar ao auge.
O teus olhos fechados, as veias das têmporas salientes, as expressões da tua cara, eram de gozo, prazer, por foder e ser fodido.
Acho que em determinada altura tudo se descontrolou, eu arranhei-te como nunca tinha arranhado alguém e tu viraste-te num ápice, quando dei por mim tinha almofadas na barriga e estava de gatas, contigo por cima, uma das tuas mãos na parede e a outra nos meus cabelos, penetravas-me com tal gana que voaram bancos, cinzeiros, copos...
Mordeste-me o pescoço como os felinos fazem quando acasalam e viemo-nos novamente como dois animais.
Caímos para o lado cansados, só bem mais tarde nos arrastamos para a cama e dormimos, tu dormiste!
Pela luz dos cadeeiros, que entrava nas janelas fiquei a ver-te dormir e quando o teu sono era bem profundo levantei-me.
Vesti-me com cuidado para não pisar vidros, fui há casa de banho escovei o cabelo deixei-te um beijo no espelho.
Abri a porta da rua e saí como um ladrão, encoberta pela noite e com a vontade saciada!
Quando acordares não estarei lá e como não sabes quem sou, nem onde me encontrares, de lembrança só te vai ficar o cheiro e alguns arranhões.
Talvez uma saudade te bata no coração em momentos de solidão ou de tesão, quem sabe?!
Ou talvez Um Dia nos encontremos numa esquina, num bar, no mar....
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